E a primeira volta ao mundo
A
expansão europeia no século XV pode ser considerada como o primeiro passo para
a globalização económica, social e biológica.
É por
isso importante ser caracterizada com detalhe para um correto entendimento
deste fenómeno e dos que se seguem na linha do tempo.
A
sua apresentação tem sido feita com omissão de factos históricos
revelantes, o que conduziu a conclusões distorcidas quanto ao processo de
“Expansão Europeia” em si mesmo, bem como nos períodos históricos sequentes.
Ficam
aqui repostos importantes factos ocorridos e historicamente referenciados.
A análise
foi sinteticamente caracterizada em 5 vídeos, que são os seguintes: Descobrimentos (Parte V) PT - Conclusões (17m15)
Nesta parte sintetiza-se a análise feita nas partes I a IV, bem como os aspetos mais relevantes das conclusões. (sugerimos que comece por aqui). (vídeo
Descobrimentos
(Parte I) PT – Enquadramento Histórico (9m06)
Destaca-se
o quadro de referência da Idade Média europeia, o fim do Império Bizantino e
principalmente a expansão do Islão à Península Ibérica, que condicionou o
envolvimento inicial de Espanha neste processo. (vídeo http://youtu.be/IWoJNq2zGAw )
Descobrimentos
(Parte II) PT – Razões, motivação e preparação. (12m26)
Nesta
parte, procura caracterizar-se qual a motivação básica para a expansão,
nomeadamente a opulência das cidades-estado italianas e consequente descoberta
da rota das especiarias.
Vale a
pena destacar alguns aspetos importantes relacionados com a preparação dos
descobrimentos, nomeadamente:
·
O envolvimento por parte da Espanha na reconquista do sul da Península
Ibérica aos Mouros até 1492, que reduziu a sua capacidade de se envolver mais
profundamente nas descobertas até esse período;
· As navegações feitas pelos
portugueses durante mais de 100 anos, identificando correntes e ventos
marítimos – fator importante para a navegação oceânica.
·
Os Portugueses tiveram de fazer grande evolução em toda a estrutura de construção naval para ser possível navegar em todos os mares contra as correntes e ventos, imprimindo um enorme choque tecnológico.
Os Portugueses tiveram de fazer grande evolução em toda a estrutura de construção naval para ser possível navegar em todos os mares contra as correntes e ventos, imprimindo um enorme choque tecnológico.
Descobrimentos (Parte III) PT – Navegando para Oeste em busca da Índia (18m24)
O início da expansão
marítima portuguesa, sob a égide do Infante D. Henrique, levou as caravelas portuguesas pelo oceano Atlântico, rumo ao Sul, ao
longo da costa africana. Com a descoberta
da Costa da Mina, iniciando-se o
comércio de marfim, escravos, o que fez despertar a atenção de
Castela, iniciando-se uma série de escaramuças no mar, envolvendo embarcações
de ambas as Coroas.
Os portugueses descobrem as Ilhas Canárias, no século XIV, por volta de
1336. Porém o Papa Clemente VI (de origem Aragonesa), atribui as mesmas a
Espanha. Embora com reclamação diplomática dos Portugueses, esta situação
manteve-se.
"(...)
subsistia ainda a tradição medieval da supremacia política da Santa Sé, que reconhecia
a Roma o direito de
dispor das terras e dos povos: Adriano IV, papa inglês (1154-59), havia dado
a Irlanda ao rei da Inglaterra e Sisto IV as Canárias ao rei de
Castela (1471-84). Baseava-se isso, em parte, sobre o facto de um Édito de
Constantino ter conferido ao papa Silvestre a soberania
sobre todas as ilhas do globo; ora, isso porque as
terras a descobrir eram todas, então, supostas serem exclusivamente ilhas
(LIMA, Oliveira. Descobrimento do Brasil. Livro do Centenário (v. III), Rio de
Janeiro: 1900 apud: Carvalho, Delgado. História
Diplomática do Brasil.)
3.1-De Alcáçovas a Tordesilhas (13m24)
Ao iniciar verdadeiramente o período das descobertas em meados do século XV
e para não surgirem mais equívocos e demandas, os portugueses propõem a Espanha
um tratado (assinado em Alcáçovas e Toledo em 1479 cerca de 13 anos da
descoberta das Caraíbas por Colombo) que definia um pré reconhecimento das
terras a descobrir,
Portugal, procurando
proteger o seu investimento, negociou com Castela o Tratado de Alcáçovas (1479), obtendo em 1481, do Papa Sisto IV[5], a bula Æterni regis, que
dividia as terras descobertas e a descobrir por um paralelo na altura das Canárias, dividindo o mundo em dois hemisférios: a norte, para
a Coroa de Castela; e a sul, para
a Coroa de
Portugal.
Somando-se a duas outras bulas
anteriores de 1452 (Dum Diversas) e 1455 (Romanus Pontifex), do Papa Nicolau V, Portugal e a Ordem de Cristo haviam recebido
todas as terras conquistadas e a conquistar ao sul do cabo Bojador e da Gran Canária.
Preservavam-se, desse
modo, os interesses de ambas as Coroas, definindo-se, a partir de então, os
dois ciclos da expansão: o chamado ciclo oriental, pelo qual a Coroa portuguesa
garantia o seu progresso para o sul e o Oriente, contornando a costa africana
(o chamado "périplo africano"); e o que se denominou posteriormente
de ciclo ocidental, pelo qual Castela se aventurou no oceano Atlântico, para
oeste.
Colombo permanece em Lisboa durante mais de
uma década. (1480 – 1490). Fez uma proposta a D. João II de descobrir a India
navegando para oeste, que foi rejeitada. Esta situação levou a supor que D.
João II tenha ordenado a Duarte
Pacheco Pereira o
reconhecimento da existência de terras a oeste.
Assim, foram identificadas “importantes
terras firmes” relatadas no seu diário de viagem, isto é, o “Esmeraldo”,
identificando-se um novo continente que viria a incluir o Brasil, mas que se
mantem confidencial, porque se fosse tornada publica a descoberta, dificultaria
a formação de um novo tratado.
A descoberta de
Colombo das Caraíbas, julgando ter chegado à India, mediante as coordenadas
geográficas fornecidas pelo navegador, e ao abrigo do Tratado de Alcáçovas,
os cartógrafos portugueses
argumentaram que a descoberta, efetivamente, se encontrava em terras
portuguesas.
A diplomacia
castelhana apressou-se a obter junto ao Papa Alexandre VI, Aragonês de Valência
(agora unificada com Castela), uma nova partição de terras. Assim, em 3 de maio de 1493, a Bula Inter Coetera estabelecia uma
nova linha de marcação, um meridiano que separaria as terras de Portugal e de
Castela. O meridiano passava a cem léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. As novas terras
descobertas, situadas a Oeste do meridiano a 100 léguas de
Cabo Verde, pertenceriam a Castela. As terras a leste, pertenceriam a Portugal.
A bula excluía todas as terras conhecidas já sob controlo de um estado cristão.
Os termos da bula não
agradaram a João II de Portugal, que julgava ter
direitos adquiridos que a Bula vinha a ferir e em conformidade com as
descobertas de Duarte Pacheco Pereira, expressas no seu diário de bordo, o Esmeraldo,
em 1492 indicavam: “ existência de um grande continente”…
Assim a linha definida
pelo meridiano a 100 léguas a oeste de Cabo verde não servia os interesses da
coroa Portuguesa.
Assim sendo, D. João
II abriu negociações diretas com os Reis Católicos, Fernando II de Aragão Isabel I de Castela. Indica como
representante da Coroa Portuguesa o navegador Duarte Pacheco Pereira (exatamente
o mesmo que tinha estado a mando de D. João II a verificar as terras do novo
continente) e para mover a linha mais para oeste, argumentando que o meridiano
em questão se estendia por todo o globo, limitando assim as pretensões
castelhanas na Ásia.
D. João II propôs, por
uma missão diplomática aos reis
católicos, estabelecer um paralelo das Ilhas Canárias como substituto ao
meridiano papal. Os castelhanos recusaram a proposta, mas dispuseram-se a
discutir o caso. Reuniram-se então, os diplomatas, em Tordesilhas.
Na sequência disto a linha de meridiano
que dividia as terras a serem atribuídas à coroa portuguesa passa de 100 para 370
léguas, o que já inclui parte expressiva do Brasil.
Esta deslocação da
linha vem mais tarde a suscitar a “Questão das Molucas”, que consistia em saber exatamente se estas
pertenciam a Portugal ou a Espanha.
Em
conformidade com o novo tratado é objeto de reconhecimento formal por Pedro
Alvares Cabral em 1500, o descobrimento do Brasil. (vídeo http://youtu.be/605IC6ToJ3Y )
As origens de Colombo
Muitas tem sido têm sido as opiniões quanto à origem de Colombo, como Português ou Genovês.
Da investigação que fizémos indica-nos que Colombo era filho da Infenta Dnª. Leonor Irmã de D. Afonso V de Portugal e portanto primo de D. JoãoII e igualmente dos reis Católicos.
Acontece que a corte de D. Afonso V tinha negociado o casamento da Infanta com o Imperador do Sacro Império Germano Romano, porém a menina ficou gravida de um nobre Português e assim para ser abafada a "bronca" internacional, a menina teve se ser escondida em Cuba (noAlentejo) e só mais tarde após o nascimento é que toda a comitiva da Infanta foi para Genova, para o casamento é que o menino foi integrado na comitiva, como filho da sua aia.
Ver todos os detalhes no vídeo.
3 - Os descobrimentos - O reconhecimento das
Américas (2m23)
4 - Navegando para Oeste em busca da rota das especiarias - Fernão de Magalhães
Sintese (1m51)
Sintese (1m51)
5 - Navegando ainda mias para Oeste e “A viagem retorna” (2m33)
Mas mais
que tudo é o enorme potencial em ouro e prata, dos Aztecas e Incas, que vem a
dar a Espanha prioridade estratégica à sua implementação nas Américas. Tudo
enquadrado no tratado de Tordesilhas /Toledo.
A
descoberta do caminho que conduziu ao comércio das especiarias por parte de Espanha
foi longa e penosa. Depois de Colombo (1492) ter chegado às Antilhas, de Fernão
de Magalhães (1519) ter atravessado para o Oceano Pacifico, só Andrés de
Urdaneta conseguiu encontrar a viagem de volta (1565) que ligou Manila a
Acapulco. Só cerca de 70 anos depois dos portugueses terem chegado à India. Nesse
momento, o interesse pelas especiarias por parte dos Espanhóis passou
totalmente para segundo plano, dado a enorme riqueza em ouro e prata que estava
a chegar regularmente das Américas. (Vídeo http://youtu.be/-M8ifP1mqss
7 - A exploração Colonial do Brasil (8m34)
Convento de Mafra, catedral e bibliotecahttps://youtu.be/-Mq9juxPv9I
Museu Nacional dos Coches em Lisboahttps://youtu.be/ipxQEdAQLoc
Descobrimentos
(Parte IV) PT – Navegando para a Índia circundando África (8m08)
Durante
cerca de 100 anos os portugueses dominam o comércio das especiarias com a
Europa até à chegada dos Britânicos e dos Holandeses.
Cerca de
30 anos depois da chegada dos portugueses, a Índia é invadida pelos Mogóis, que
vêm a dominar todo o território e passam a ser a potência terrestre dominante,
com a sua base centrada em Agra (vindo cerca de 100 anos depois a construir o
Taj Mahal). A Índia é dominada pelos Mogóis, durante mais de um século, sendo
depois dominada e integrada no Império Britânico. (vídeo
http://youtu.be/VEgPNqBJUr4 )
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